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Shinji

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Anarchic!

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To become the dew that quenches the land
To spare the sands, the seas, the skies
I offer thee this silent sacrifice.

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To the Moon

13.8

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Moongazer

500 XP

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𝓣𝓸 𝓣𝓱𝓮 𝓜𝓸𝓸𝓷

Created by - Shinji

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Finding Paradise - Paper Airplanes [4K]

"I just... don't want to be alone." Please make sure to rate, favorite or award if you like my content! A follow is also appreciated. Somehow I made this all in one day, I'm not usually this focused. If you guys love this one then please let me know; I hav

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To the Moon

13.8 Hours played

"Tem alguma coisa de diferente... As coisas parecem diferentes. Bem, acho que eu só tô viajando mesmo."
- Foi o que eu falei aos meus amigos depois de zerar To The Moon, no dia 13 de Janeiro.

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Essa é a primeira parte de uma análise composta dos jogos To The Moon e Finding Paradise, então recomendo que leia a análise do outro jogo para entender realmente o que quero dizer.

Essa análise não contém spoilers, aproveite deliberadamente.

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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Ato 1: a história.
⠀⠀ "Eu nunca contei pra ninguém, mas... Sempre achei que fossem faróis.

John é um velho moribundo em seu leito de morte. Ele perdeu sua esposa River a 2 anos e, no final de uma vida cheia de arrependimentos, viu uma luz no fim do túnel. Os doutores Neil Watts e Eva Rosalene são dois agentes da Agência Sigmund de Criação de Viada (ou simplesmente Corporação Sigmund) que trabalham dando novas vidas para pessoas em seus leitos de morte através de equipamentos de alta tecnologia, alterando suas memórias para que realizem seu desejo mais profundo, mesmo que seja apenas... Uma ilusão. Assinado o contrato, Neil e Eva são enviados para realizar o último desejo da vida de John de ir para a lua, para então descobrirem que esse desejo não será tão fácil de realizar.

Dito isso, é notável que a temática desse jogo pode abranger uma infinita coletânea de possibilidades de histórias dramáticas e o levante de discussões filosóficas, o que faz com que a taxa de sucesso de um jogo desses, nas mãos certas, seja consideravelmente alta. Porém, há algo a mais na história de To The Moon, algo que não o faz ser somente um "jogo bom", há algo muito mais além. Isso vem das mãos e do cérebro do diretor e escritor do jogo, Kan Reives Gao, cujo foi capaz de manusear uma história que dificilmente podemos encontrar por aí, com um aspecto que vai além: eles são humanos. Das conversas de Neil e Eva em suas resoluções perante as memórias da vida de John; ao toque de River em seus coelhos de papel e aos confusos olhares de John para estes; para todo o contexto deste melancólico drama, nós temos seres humanos, amando e sofrendo. To The Moon não é só um jogo, é uma experiência da vida de duas pessoas sobre a perspectiva daquela que não pôde cumprir sua missão final e, por isso trouxe a Sigmund nisso. Quatro horas é tudo do que você vai precisar pra zerar esse jogo e, mesmo assim, vai parecer que você viveu toda a vida de John, do festival à sua cama, respirando por tubos. River, sem dúvidas, foi o ponto mais importante de toda essa trajetória, sendo a garota que acompanhou John de seu ensino médio até a sua morte, podendo o jogador acompanhar essa jornada de trás pra frente conforme avançamos na memória do cliente. Portadora de uma síndrome implícita durante o jogo, River carrega consigo uma pelúcia de um ornitorrinco e apresenta diversos desvios dos quais John tem de aprender a lidar durante o jogo, juntamente do resto dos problemas de sua vida, sejam financeiros, sociais ou mesmo familiares. A história de To The Moon e seus personagens são o seu alto e a melhor coisa que o jogo pode oferecer e, sinceramente, vai perfurar o seu coração na conclusão de tudo.

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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Ato 2: os personagens.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ "Bilhões de faróis... Presos no fundo do céu."

Para termos uma boa história, precisamos de bons personagens: bem, nós temos bons personagens. Carisma, sensibilidade e humanização presentes em cada interação de cada diálogo de cada personagem, dos moleques da mansão para os idosos da colina. Como fora citado, Kan Gao dança com seus dedos na poesia da escrita de cada indivíduo da obra; fazendo de suas emoções, as nossas. Neil Watts é o bobão, o alívio cômico muito bem-vindo, e a voz da emoção. Eva Rosalene é séria, focada, sarcástica e sem graça, contrapondo a idiotice de Neil e sendo a voz da razão. Conforme passeiam pelas memórias de John em busca de seu objetivo primário, levá-lo para a lua, a forma como interagem entre si e com os cenários é como a química perfeita, a dupla dinâmica mais dinâmica que você vai ver por aí, como o par perfeito. John e River tiveram seus altos e baixos do relacionamento e, apesar de se manterem juntos durante toda a vida, algo se manteve incompleto e você percebe isso no fim da jornada. Ainda sim, julgo que a química dos dois passou até mesmo a relação de Neil e Eva ao estabelecer todos os momentos que eles tiveram juntos, e você sente que o amor daqueles dois fora natural, humano. Eram seres humanos ali. A naturalidade que aqueles pixeis e aquelas caixas de diálogos tem nada mais é do que o pináculo da representação humana num videogame, e a forma como tudo é conduzido traz o jogador às lágrimas e, consecutivamente, aos genuínos aplausos da conclusão daqueles quatro.

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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Ato 3: o amor.
⠀⠀ "Eles emitem suas luzes para todos os outros faróis, e para mim."

Por assim dizer, To The Moon sempre foi e sempre vai ser um jogo sobre amor, acima de qualquer outra coisa. Podemos levantar diversos tópicos de debate sobre o que ocorre durante o jogo e suas implicações morais, mas o jogo sempre será sobre esse sentimento. Ainda que pensamentos sórdidos e deprimentes das nossas vidas de hoje digam que não há mais amor no universo, que as pessoas não se amam mais e que essas coisas estão extintas, To The Moon traz a perspectiva do amor, do amor humano. John e River Wyles se amaram até o último segundo de suas próprias maneiras, e o amor de John foi o que moveu tudo para que chegasse onde está. O amor é o sentimento mais profundo do coração humano e, quando verdadeiramente tocado, até o coração mais desolado e aflito brilhará intensamente: foi To The Moon que verdadeiramente tocou meu coração, e que gritou no alto da minha mente que existe amor no universo, pois quando verdadeiro, nós podemos ir para a lua somente com esse poder.

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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀"Porque um dia, eu serei amiga de um deles."

Esse jogo é uma verdadeira obra de arte e vale o preço completo. Minha nota é 10.