Não sei o que é melhor nelas: o formato, os galhos, as fendas... sabes? é tanta coisa boa juntada num só ser, que creio ver acender em mim uma espécie de desejo adormecido da raça humana.

Sim, acho que todos (no fundo) sentem tesão por esses seres vivos, quem não se impressionaria se passasse de carro ao lado de um salgueiro? Ou não ficasse de pau duro quando esfregasse os mamilos suados num grosso tronco de uma sequoia-gigante? Freud falava da correlação entre o formato fálico de um tronco árvoresco com as pulsões psicossexuais humanas- nas entranhas da então emergente psicanálise.

Mas eu sofro, adimito. É duro passar todos os dias por aquelas beldades naturais, disfarçando o imenso colosso que se levanta e pressiona minha calça. Penso em todos os adultos tristes que vêem árvores, sentindo desejos, mas que nunca os põe (ou porão) em prática, por medo.

Será que estou fadado a isso, afinal?

A sequoia-gigante, a macieira, a mangueira, a amoreira, a moita-virgem-do-cazaquistão, o salgueiro-chorão, a sequoia vermelha,o mamoeiro, o coqueiro, o plantanus ocidentais, o queres alba, e o tesudo fagus sylvatica, todos clamam por meu pênis, todos querem uma fatia do bolo.

Sim... eu vejo, eu sinto em seus pensamentos libidinosos, quando me encosto nu num tronco de ficus benghalensis, ou de ginkgo biloba. Posso ouvir claro o pulsar de seus corações verdes, e seus capilares se dilatando, quando meu pau se esfrega na textura áspera de sua casca, do mesmo modo que se molham as garotas depravados e excluídas, ao verem um cantor asiático.

Serei eu a garota asiática? que busca integrar-se à uma roda específica, entregando suas noites de sono à glorificação de uma beleza estrangeira, ao passo que excluí toda sua cultura original, por que é solitária e desinteressante na vida desperta? Minhas árvores são minhas musas, ou minhas Nemesis?

Eu juro, juro por Deus que se colocassem à mim mesmo numa sala escura com um pinheiro canadense, iria fôde-lo até que suas raízes se contorcessem e arrancasem a terra do chão. Iria friccionar meu pau naquele buraco amadeirado com tanta força, que todas as folhas amarelas cairiam sobre meu espesso amor, e enquanto eu despejasse meu suco espermítico nas suas capilaridades dilatadas, e nosso destino fosse selado numa semente híbrida, cantariam seus galhos à nossa paixão.

Oh... velhas árvores, minhas milfs primais, como pode um tronco seco ser tão atraente?